Setembro
Meu querido Setembro,
Chegaste rápido...... o verão vai a meio. Ainda ontem via o fogo de artifício da entrada em 2018 e já estou a despedir-me dos banhos no oceano.
Às 7h despertei. Pesquisei todas as novidades na internet. Percebi que muitos regressam a casa e outros já se preocupam com o início das rotinas.
Deixei-me de saudosismos e de conversa da treta. É preciso preparar o regresso com boa força física e mental. Só a areia e o mar salgado nos despertam a mente, lavando-a.
Calcei as sapatilhas da cor do céu, vesti um top preto e os calções bem curtos e saí para a rua, perto do nosso mar bem ondulado, um misto de corrida e passo lento, como quem quer dar tudo num sprint e pretende aumentar o ritmo. Porque os objetivos devem ser alcançados devagar, mas bem calculados. Qualquer decisão que seja pensada a curto prazo, trás sofrimento a longo prazo. Quase sempre. Disso estou certa. Por isso, vamos pensar a longo prazo, e ter o foco bem definido.
8 Kms são 11 mil passos. Bem quentes, porque a temperatura solar não se escondeu por detrás das nuvens. 30 graus às 9h da manhã. Não há sorte que dure sempre e mal que nunca acabe. Na próxima semana os termómetros chegarão aos 21 graus. E eu estarei nas corridas matinais para manter a pulsação à vida.
No meio das passadas aceleradas passei na igreja e decidi parar, sentar-me e orar.Porque seguem-se tempos de esperança e de invernos rigorosos. Seguem-se maturidades confirmadas pelas histórias incríveis de vida e domínios por conquistar ao nosso dispor. Para mim e para os meus.
Tudo é desafio, inclusive agora almoçar só o suficiente traduzido numa medida que não ultrapasse o tamanho das duas mãos unidas em concha.
Isto do bem estar físico está tudo bem pensado num treino adaptado à idade do corpo. Quanto ao bem estar emocional a lição está em dia, pois a leitura é constante. Diariamente. Mas há sempre algo para aprender, com aqueles que nos querem bem.
Não se pode é voltar atrás,pois está tudo por acontecer.
Meu Setembro recém chegado, mês de ponto de viragens e alavancagens, traz-me nas ondas do mar o essencial para revitalizar.
É o meu destino na forma de viver a vida. É tratar a vida por tu.
Fica a dívida com a saudade e o crédito com a esperança e bondade.
Por agora congelo em foto o momento e recupero na vida o colo que me espera.
É hora de tirar os pés da areia, fazer as malas e voar. Porque a intensidade destas idades não aguarda o melhor ângulo da foto.