Pandemia


Tantas vezes pedimos ao tempo que nos dê tempo para fazer aquilo que ainda não foi feito.

O agora neste tempo, já nos deu o tal tempo. 

Mas, no relógio dos hospitais, dos aeroportos, nas fronteiras, e dos que saem à rua, o tempo não pára.  

Tudo corre a grande velocidade para aqueles que estão infectados e para aqueles que se expõe em prol de uma comunidade obediente. Para os outros o isolamento é o conselho. 

Espero que não seja precisa a quarentena dos 40 dias. Que o tempo  de espera em cada lar passe rápido. Parece um contra-senso o pedido, afinal queríamos ou não  o tal tempo?! Somos uns teóricos e na esteira da frase e música," estou bem onde não estou porque, só quero ir para onde não vou", tudo faz sentido quando o sentido é o sentido contrário. 

Anseio pela Páscoa, pelo valor simbólico do renascimento associado, pela nova filosofia de vida. Sei que vamos tirar daqui uma lição de sensatez colectiva, com todos os sonhos devidamente imunes, sem abandonar os beijos, os toques e os abraços das ideias que nos percorrem no sangue. Os pulmões ficarão mais fortes, o respirar será o impulso da nossa liberdade e toda a distância vai ser encurtada para dar o devido valor a todos os nossos amores que no tempo certo, ficarão mais perto de nós. Amar é o segredo, amar aquilo que se faz, amar os que estão ao nosso lado em tempos de infecção, amar com todo o tempo e o tempo está a ensinar-nos o Amor mais puro.


O tempo tem o seu tempo e o melhor do tempo é aprender a sua lição de gestão e gratidão ao tempo.