Ninho


 

A minha pátria, um ninho fechado. Um mundo à parte  quando o dia anoitece e a manhã aparece.

Todas as temporadas são aqui refletidas, são assumidas e é  o lugar onde o corpo repousa. As paredes têm nome de  humildade e as vistas acolhem o bom senso. O nome com laço é dado com ternura  aqueles que com punho e cunho não se retraem aos versos polidos e os olhos fitam o céu.

As luzes são certezas de amor às passagens do presente  com o canto ao futuro, levado pelo vento.

Sem rastos, a transparência toca a pele dos que se cruzam na calçada e a carícia das palavras dão força aos que já não têm lágrimas.

O Sol no horizonte esconde -se sempre que a noite se aproxima.O  recolher é imperativo, até à próxima aurora. Aqui me demoro até arrepiar caminho de vestido pomposo, pela porta da minha infância, com entrada pela soleira da janela de uma vida adulta que  espreita e me apelida de boas memórias.